O financiamento de Achtung! Cthulhu no Brasil é um teste de fé para os jogadores. O jogo é uma boa promessa, resta saber se chega a nós.
Por: Paulo “Faren” Lima

Postado em 

11/03/2025

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17:00

O RPG sempre foi um jogo de riscos, mas no Brasil, o verdadeiro teste de coragem começa antes da ficha estar pronta: ele começa no financiamento coletivo. Achtung! Cthulhu chegou ao Catarse prometendo trazer nazistas ocultistas, horrores cósmicos e um sistema 2d20 ao mercado nacional. Mas promessas já foram feitas antes. A questão agora é: esse projeto é um marco ou mais uma aposta incerta em um cenário que vive entre a paixão dos fãs e a realidade dura da logística?

Achtung! Cthulhu e o Horror do Tempo

A guerra, esse velho carrasco, nunca precisou de deuses esquecidos para ser um espetáculo de terror. Mas então alguém, em um devaneio entre uma partida de Call of Duty e uma releitura de Lovecraft, pensou: e se os nazistas, que já eram a epítome do mal humano, estivessem brincando com forças além da compreensão? E se as trincheiras escondessem não só soldados exaustos, mas entidades que desafiam as leis da física? Assim nasceu Achtung! Cthulhu – não um jogo, mas um exercício de insanidade compartilhada.

Porque se há algo mais aterrorizante do que um regime totalitário que usa a guerra para esmagar nações, é um regime que quer mais do que o mundo pode oferecer. Um regime que olha para as estrelas e vê, não a vastidão do cosmos, mas um arsenal de horrores para serem usados como armas. O que fazer quando o inimigo não está apenas buscando dominar continentes, mas está negociando com deuses indiferentes? Como reagir quando a guerra se torna uma disputa entre aqueles que tentam manter sua sanidade e os que decidiram que a sanidade é um obstáculo?

Achtung! Cthulhu é isso. Um teatro de pesadelos onde as certezas da história se desfazem, e no meio do fogo cruzado entre forças que deveriam permanecer ocultas, um punhado de soldados tenta lutar. Não porque a vitória é uma opção, mas porque a alternativa é simplesmente inaceitável.

A Morte se Faz Jogada

O sistema 2d20 não foi feito para simular heroísmo, mas para reforçar o que já está escrito nas entrelinhas desse cenário: a guerra não é justa, o caos reina, e a vitória, quando vem, custa caro. Muito caro. Os jogadores jogam os dados, somam números, analisam chances e… falham. O destino não se compadece dos cálculos. Ele não se curva diante da lógica. Ele ri.

Porque Achtung! Cthulhu não é um jogo sobre ganhar, mas sobre lutar enquanto há algo a ser salvo. Uma narrativa onde cada ação pode ser a última. Onde a munição pode acabar, o caminho pode ser um beco sem saída, e os aliados podem desaparecer na névoa sem deixar vestígios. O sistema permite que o Mestre use Ameaça para invocar desgraças. Para forçar uma patrulha inimiga a surgir no momento menos oportuno. Para tornar um sucesso algo… agridoce. Porque às vezes, sobreviver é a pior coisa que pode acontecer a alguém.

Se fosse um jogo apenas sobre soldados enfrentando o oculto, talvez houvesse alguma ordem na loucura. Mas não é. Os personagens de Achtung! Cthulhu não estão apenas lidando com inimigos armados. Eles estão lutando contra as próprias engrenagens do universo. Contra forças que não podem ser derrotadas com balas. Contra a certeza de que, um dia, a sorte acaba.

E é por isso que esse jogo se diferencia. Porque a guerra já é um horror. Mas e se a guerra fosse apenas a superfície de algo ainda pior? E se os nazistas fossem apenas o primeiro sintoma de uma doença muito mais antiga, uma infestação que consome tudo, que se infiltra na realidade e a distorce até que nada mais faça sentido?

Essa é a proposta. Jogar com a sanidade, brincar com o inevitável e, no fim, encarar a verdade: não se pode vencer algo que não pode ser compreendido.

O Mapa de uma Guerra Sem Vitória

Dizem que toda guerra tem lados. Que há vilões e heróis. Que existem bandeiras e propósitos. Mas quem joga Achtung! Cthulhu aprende rápido que não há clareza, apenas gradações de desespero. Existem facções, sim, mas cada uma com suas próprias intenções – e nenhuma delas pode ser chamada de confiável.

Os nazistas têm suas duas aberrações: o Culto do Sol Negro e os Nachtwölfe. O primeiro quer abrir as portas do inferno. O segundo quer mecanizar o inferno. Ambos acreditam que podem domá-lo. Ambos estão errados.

Os aliados, por outro lado, também não são puros. A Seção M e a Majestic têm objetivos nobres, claro, mas objetivos nobres não significam métodos limpos. Qualquer um que tenha estudado a história sabe que, no calor do conflito, ninguém sai ileso. O que se justifica em nome da sobrevivência? O que se sacrifica para manter a humanidade intacta? Questões que o jogo lança sem oferecer respostas, apenas mais dúvidas.

E então há os não-humanos. Porque é claro que há algo além da guerra dos homens. O Mythos não se interessa por ideologias. Os Mi-Go e os Abissais são entidades de outra ordem, observando o conflito com um desinteresse gelado. Para eles, os humanos são apenas distrações. Insetos brincando de destruir a própria casa. Alguém se importa com a política das formigas antes de esmagá-las?

No meio disso, os jogadores. Pequenos. Insignificantes. Mas humanos. E isso basta. Porque se há algo que Achtung! Cthulhu faz questão de lembrar é que a resistência, por mais inútil que pareça, ainda é um ato de valor.

O Horror Como Parte da História

Este não é um jogo para aqueles que buscam conforto. Achtung! Cthulhu exige algo de seus jogadores. Exige que lidem com a fraqueza, com o medo, com a certeza de que talvez estejam apenas adiando o inevitável. Mas e daí? Adiar o inevitável também é uma vitória.

Porque o verdadeiro horror aqui não está nos monstros. Está naquilo que eles representam. No fato de que sempre há algo maior, algo que não pode ser controlado. E no final das contas, o que os personagens fazem não é salvar o mundo. Eles apenas o atrasam. E isso, por si só, já é heroísmo suficiente.

E no fundo, talvez Achtung! Cthulhu seja o jogo mais honesto sobre a Segunda Guerra Mundial. Porque ele não finge que a guerra pode ser vencida sem sacrifícios impossíveis. Não finge que a moralidade é uma linha clara e reta. Não finge que o horror pode ser contido. Ele apenas joga tudo isso na mesa e pergunta: você tem coragem de seguir em frente mesmo assim?

E talvez essa seja a pergunta que deveria ser feita não só na ficção, mas fora dela. A pergunta que os jogadores de Achtung! Cthulhu responderão, rodada após rodada, sabendo que não há final feliz. Apenas a vontade de continuar.

Se quiser ter um gostinho do que Achtung! Cthulhu tem a oferecer, você pode explorar o Jogo Rápido, uma versão condensada com pouco mais de 40 páginas que apresenta as regras de forma acessível e objetiva. Esse material gratuito funciona como uma prévia, permitindo que você conheça a essência do jogo enquanto aguarda a edição completa.

New Order e Modiphius: A Ilusão do Grande Feito

Sabe aquela sensação de que todo dia alguém descobre a roda pela primeira vez? Que toda inovação vem embalada em um discurso pretensioso sobre revolução, enquanto o que se faz, na verdade, é pintar a mesma estátua de cores diferentes? Pois é, esse é o mercado de RPG hoje. Uma grande engrenagem de nostalgia e fetiches reciclados, girando sem parar, cuspindo regras, sistemas, financiamentos coletivos e edições definitivas que, no fundo, não definem nada. No meio desse espetáculo de promessas, aparecem duas editoras: a britânica Modiphius e a brasileira New Order. Um casamento improvável entre um país que já dominou o mundo e outro que mal consegue dominar sua própria burocracia. Mas, de alguma forma, essa aliança funciona. Ou pelo menos tenta.

A Modiphius, veja bem, não é qualquer aventureira. Nasceu da mente de Chris Birch, um sujeito que entendeu rápido o jogo: RPG não precisa ser original, precisa ser comercializável. Pegue uma franquia famosa, transforme-a em sistema, adicione um livro de regras gordo o suficiente para intimidar qualquer iniciante e pronto! Temos um sucesso. Conan, Fallout, Star Trek Adventures, Dune… não importa o nome, a fórmula se repete. Você senta na mesa, rola uns dados, e enquanto tenta entender se aquela pilha de regras realmente melhora a experiência, percebe que, na prática, a tal inovação nada mais é do que um monte de mecânicas tentando parecer mais profundas do que realmente são.

O sistema 2d20, marca registrada da Modiphius, é um exemplo perfeito dessa ilusão. É ágil quando convém, caótico quando precisa, mas no fundo… é só mais um sistema. Não revoluciona nada. É um amontoado de jogadas e concessões narrativas tentando criar uma experiência “cinematográfica” enquanto força você a lembrar tabelas, tokens e a tal da “Ameaça”, um conceito que parece genial até você perceber que o mestre já fazia isso antes, sem precisar de uma regra específica para tanto. O que a Modiphius faz bem é vender a ilusão de que cada um desses sistemas é o próximo grande passo da evolução do RPG. Mas será que são? Ou será que só estamos caindo no mesmo truque, reembalado com artes conceituais bonitas e um hype bem trabalhado?

E aí temos a New Order, nossa representante verde e amarela nesse circo de papel. A proposta inicial foi nobre: trazer grandes títulos do RPG mundial para um público que, por anos, sobreviveu de traduções amadoras e PDFs clandestinos. Lenda dos Cinco Anéis, 7º Mar, Shadowrun, Chamado de Cthulhu… jogos que, até então, estavam presos nos círculos de quem lia inglês ou importava caixas pesadas a preços absurdos. A New Order surgiu como um sopro de esperança, uma editora que prometia não apenas trazer esses jogos, mas fazê-los prosperar em solo nacional.

Mas, como sempre, há um porém. No meio do caminho, tropeçaram na própria ambição. Porque vender RPG no Brasil é um exercício de fé. Atrasos em traduções, problemas de logística, promessas quebradas… se a Modiphius se dá ao luxo de cometer excessos no design, a New Order muitas vezes patina em questões básicas, como cumprir prazos e gerenciar expectativas. Não é maldade, é só o Brasil sendo o Brasil. Entre envios que demoram uma eternidade e edições que saem com mais erros do que uma redação do Enem, a editora se tornou tanto um símbolo de resistência quanto de frustração. O mercado nacional quer crescer, quer se provar relevante, mas sempre parece preso em um pântano de dificuldades estruturais e falta de investimentos.

E o que acontece quando essas duas editoras decidem trabalhar juntas? Uma equação complicada. A Modiphius, com seu desejo de transformar tudo em um blockbuster de RPG, encontra a New Order, que luta para manter a engrenagem girando no Brasil. O resultado? Jogos como Achtung! Cthulhu, uma obra que, por si só, já representa um paradoxo: um RPG sobre a Segunda Guerra Mundial onde nazistas e criaturas cósmicas disputam espaço na narrativa. É um delírio pulp, uma mistura de Indiana Jones com O Chamado de Cthulhu, com uma pitada de filme B. E claro, como todo projeto desse porte, nasce acompanhado de uma expectativa colossal e da inevitável realidade que jamais conseguirá atingi-la plenamente.

No fim das contas, tanto a Modiphius quanto a New Order fazem parte do mesmo espetáculo. De um lado, os britânicos transformam franquias conhecidas em sistemas rebuscados que vendem a promessa de uma experiência única. Do outro, os brasileiros tentam, a duras penas, fazer com que esses jogos cheguem ao público sem naufragar em problemas de produção. Nenhuma das duas é perfeita. A Modiphius se perde em sua obsessão por criar regras para tudo. A New Order se enrosca na burocracia e nas limitações de um mercado difícil. Mas ambas persistem. Porque no fundo, o RPG, como qualquer forma de arte, é isso: um ciclo infinito de tentativas e fracassos, de promessas e desilusões. E se algo realmente nos conecta, é o fato de que continuamos jogando. Mesmo sabendo que os dados, no final, sempre caem como querem. Mas seremos juntos, a New Order joga dados, tem proficiência e, na maioria dos casos acerta o ataque. Agrada o público, tem histórico e, confesso, já fiz e farei diversas compras dela. Mas tem que deixar claro que tem alguns pontos de melhoria para que evite sempre qualquer falha crítica. Atrasos em produção, problemas de importação, oscilações do mercado editorial — tudo pode afetar a entrega final.

Financiamento de Achtung! Cthulhu: O Caos Organizado dos RPGs Brasileiros

O financiamento coletivo de Achtung! Cthulhu no Catarse é um espetáculo familiar para qualquer veterano do RPG nacional. Você já viu essa história antes. Uma editora promissora, uma grande promessa, uma meta ambiciosa e um relógio que corre impiedoso para um prazo que pode ser ou um sucesso retumbante ou mais um caso de decepção amarga para a comunidade. Não é apenas sobre um jogo. É sobre confiança. Sobre um mercado que tropeça, levanta, tropeça de novo, mas continua andando porque o brasileiro insiste em acreditar que, desta vez, vai dar certo.

O projeto está no ar, pedindo R$ 45.000 para trazer Achtung! Cthulhu ao Brasil. No momento de agora, dia 11 de março, arrecadou R$ 7.795, um número que soa tímido diante do objetivo final, mas não há desespero — ainda há 42 dias pela frente. Tempo suficiente para o fenômeno clássico do financiamento: os entusiastas iniciais entram com tudo, os indecisos observam à distância, e no final da campanha há uma corrida insana contra o tempo. A pergunta é: até onde essa corrida pode ir?

Mas antes de falarmos sobre expectativas, vamos encarar a realidade. Quem já apoiou financiamentos no Brasil conhece a regra de ouro: nada é garantido. O RPG nacional tem um histórico de campanhas coletivas que parecem mais com trens em descarrilamento do que com empreitadas bem gerenciadas. Como dito acima, a New Order já teve seus tropeços, já viu atrasos, já ouviu reclamações de apoiadores impacientes, mas também entregou títulos de respeito e se provou competente.

A Economia da Promessa

O que está em jogo aqui não é apenas um livro de RPG traduzido. O que a New Order está vendendo não é papel, nem ilustrações, nem regras. O que se financia, no fundo, é uma promessa. A promessa de um produto que vale a espera. E promessas são frágeis, delicadas, dependem de fatores que muitas vezes fogem ao controle da editora. Atrasos em produção, problemas de importação, oscilações do mercado editorial — tudo pode afetar a entrega final.

Mas sejamos justos. O RPG brasileiro sobrevive exatamente porque existem malucos dispostos a bancar esses riscos. Não fosse o financiamento coletivo, ainda estaríamos vivendo de PDFs piratas e edições importadas a preços absurdos. A New Order, por mais problemas que tenha enfrentado, faz parte desse movimento de resistência. Ela é, goste-se ou não, uma das poucas empresas que ainda se arriscam a trazer títulos internacionais para um público que não teria acesso de outra forma.

Então, sim, Achtung! Cthulhu no Catarse é um salto de fé. Mas não é um salto sem rede. A New Order já provou que sabe entregar, mesmo que com dificuldades. O problema é que ninguém quer apenas um “entregável”. O público quer certeza, clareza, compromisso. Quer saber que não vai precisar passar meses perguntando sobre prazos, sobre atrasos, sobre aquele silêncio incômodo que às vezes paira sobre os projetos que não andam como esperado.

O Jogo Vale a Pena?

Olhando para Achtung! Cthulhu, a primeira pergunta que se faz não é sobre a editora, nem sobre o financiamento, mas sobre o próprio jogo. Vale mesmo esse esforço todo? O cenário é interessante, sim. Nazistas e mitologia lovecraftiana em uma mistura de horror e ação pulp. O sistema 2d20 da Modiphius, por mais questionável que seja para alguns jogadores, funciona bem para esse tipo de ambientação.

Se fosse um título qualquer, sem o peso da temática, talvez passasse despercebido. Mas há algo nesse jogo que o diferencia. Ele pega a Segunda Guerra Mundial e a transforma em um teatro de horrores fantásticos, um pesadelo onde a realidade histórica se mistura com o oculto de uma forma que não apenas adiciona complexidade ao conflito, mas redefine as próprias regras da guerra. O perigo não é apenas nazista. É algo muito pior, algo que não pode ser vencido apenas com balas.

E isso é sedutor. Quase um pré-orgasmo mental. Porque RPG, no fundo, sempre foi um jogo sobre enfrentar o impossível. Sobre jogar-se contra um inimigo muito maior do que você e, mesmo sabendo que as chances estão contra, tentar. Esse é o espírito de Achtung! Cthulhu. O problema não é o jogo. O problema nunca é o jogo. 

O Modelo de Financiamento: Tudo ou Nada

O modelo adotado pela campanha no Catarse é o clássico “tudo ou nada”. Ou seja, se os R$ 45.000 não forem arrecadados, o dinheiro retorna para os apoiadores e o projeto morre na praia. Isso aumenta a tensão, porque significa que não há meio termo. Se o jogo for financiado, ele sai. Se não for, simplesmente não acontece.

Isso é positivo? Depende. Do ponto de vista da segurança do consumidor, é melhor do que um financiamento flexível, onde o dinheiro é arrecadado independentemente da meta. Pelo menos aqui há uma garantia: se o projeto falhar, ninguém sai perdendo dinheiro. Mas também há um problema nesse modelo. Muitas campanhas atingem 80%, 90% da meta, mas falham porque não conseguem aquele empurrão final. E aí todo o esforço se torna inútil.

A questão é: o Brasil tem público suficiente para bancar esse financiamento? O mercado nacional de RPG tem crescido, sem dúvida. Mas R$ 45.000 para um jogo de nicho não é uma meta pequena. Ainda mais quando se leva em conta que, no Brasil, o RPG ainda é um hobby de alto custo, limitado a um público específico.

As Recompensas: O Valor da Exclusividade

Uma das estratégias da campanha é a oferta de um pôster exclusivo para quem apoiar nos primeiros sete dias. Parece um detalhe pequeno, mas esse tipo de tática tem seu valor psicológico. O senso de exclusividade, de que “só quem apoiar agora terá isso”, pode ajudar a acelerar os apoios no início.

Mas a grande questão não é o pôster. A grande questão é o material físico. O financiamento oferece versões digitais para quem optar pelo modelo mais barato, mas o RPG ainda é um hobby de livros pesados, páginas encadernadas, capas duras que fazem a mesa ranger. Se os jogadores vão abrir a carteira, é pelos livros físicos. E isso, claro, implica em custos elevados de produção e logística.

Aqui surge um dos grandes desafios da New Order. O frete no Brasil é um pesadelo, pra editora, pra quem carrega, pra quem recebe. E qualquer erro no cálculo pode resultar em problemas gigantescos na entrega. Quem já viu outros financiamentos sabe bem do que estou falando. Os preços podem mudar, as distribuidoras podem atrasar, a impressão pode ter imprevistos. Tudo isso precisa ser levado em conta, porque qualquer deslize gera uma enxurrada de reclamações nas redes sociais.

A Pergunta Final: Vale Apoiar?

Se você é fã de Achtung! Cthulhu, se gosta do cenário, se quer ver mais RPGs desse calibre chegando ao Brasil, a resposta é sim, vale apoiar. Mas vale apoiar com olhos abertos. Com a noção de que o mercado nacional tem seus desafios, e que o financiamento coletivo sempre envolve riscos.

Se o financiamento der certo, Achtung! Cthulhu pode se tornar mais um título respeitável na estante dos jogadores brasileiros. Se falhar, será mais um capítulo da eterna luta entre paixão e realidade no mercado nacional. Então, eis a questão: você se arrisca?

Se a resposta for sim, me chame para jogar. Essa loucura psicológica realmente atraiu esse escritor que vos fala.

Sobre o Autor

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Paulo "Faren" Lima

Considera RPG terapia, trabalha na Stone Co, viciado em processos, nascido e criado no Tocantins, narra em The Witcher.

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