Planestrider’s Journal reúne 30 novos planos, monstros inéditos e subclasses únicas para expandir seu RPG. Embarque em webships, veja nossa análise sobre itens mágicos incríveis e explore aventuras épicas além dos limites convencionais.
Por: Paulo “Faren” Lima

Postado em 

21/02/2025

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14:53

Planestrider’s Journal chega ao mercado internacional como um portal aberto para quem sempre sonhou em expandir os horizontes do RPG além das fronteiras convencionais. Há algo quase poético em anunciar que, depois de tanto tempo em financiamento coletivo — começando em 2024, por meio de uma campanha que reuniu aficionados do mundo inteiro — finalmente o livro se encontra disponível para qualquer jogador que deseje explorar novas realidades. A notícia circula com um fervor digno de quem acredita na força da imaginação para rasgar véus entre planos, levando personagens, mestres e curiosos a cantos do multiverso onde as regras podem ser (ou não) as mesmas de antes.

E por que tanto alvoroço? A resposta talvez esteja no próprio conceito do Planestrider’s Journal: um compilado gigantesco de material inédito ou raramente visto, capaz de adicionar camadas de surrealismo, mistério e, sobretudo, possibilidades quase infinitas para campanhas de RPG. Na prática, trata-se de um suplemento que dialoga com sistemas como D&D 5E e Level Up: Advanced 5E, ofertando 30 novos planos de existência, cada um com identidade própria. E não são planos quaisquer: há desde ambientes brutais, com mares de fogo ou desertos de sal, até reinos oníricos onde criaturas translúcidas vagam sem lógica aparente. A ideia é clara: a “fantasia” é, agora, ampliada por um viés praticamente ilimitado, convidando heróis, anti-heróis e seres peculiares a viver aventuras que atravessam barreiras antes praticamente intransponíveis.

O tom da notícia, veiculada de forma oficial pela equipe responsável pelo produto, lembra aquele anúncio que chega para sacudir uma comunidade que anda sempre em busca de algo novo. “Disponível para todos a partir de agora!” foi, essencialmente, o mote. Por trás dessa frase, há a certeza de que o público aguardava um lançamento capaz de reavivar o entusiasmo na hora de rolar dados e construir narrativas. O Planestrider’s Journal não se limita a dizer “Olha, aqui está uma lista de planos e pronto.” Ele mergulha fundo, detalhando regiões, feras, culturas, mistérios e obstáculos que podem surgir nessas paisagens fora do mapa convencional.

Talvez um dos pontos mais chamativos seja a longa lista de conteúdos específicos que o livro oferece. As 30 planes mencionadas se estendem numa espécie de catálago repleto de nomes que soam enigmáticos, como Ambitio, Bleak Gate, Corzcunath, Nülda e muitos outros. Não se trata de um punhado de descrições superficiais; cada plano conta com peculiaridades únicas, seja um elemento climático bizarro, seja um aspecto social intrigante, seja um reino de cores indecifráveis que subverte até o conceito de direção ou gravidade. É como ter várias campanhas dentro de uma só, se o grupo estiver disposto a se arriscar a cada salto planar.

O reforço não para aí. A equipe que coordenou o desenvolvimento do Planestrider’s Journal decidiu oferecer, de forma integrada, 17 novas subclasses (ou archetypes) para diferentes personagens. Os nomes variam desde “Cackler” até “Planestrider”, passando por “Humachinist” e “Heart-Eater”. Cada um deles sugere um novo ângulo de atuação dentro do jogo. O “Cackler”, por exemplo, seria alguém que lida com magias ou habilidades ligadas ao riso e ao caos, quase como um bardo da insanidade. Já o “Humachinist” propõe uma mescla de ciência e misticismo, ideal para quem gosta de engenhocas e modificações corporais. E, se há quem prefira uma abordagem mais viajante, o “Planestrider” combina perfeitamente com a temática, dedicando-se a manobras e feitiços que facilitam a transição entre universos.

Enquanto isso, 14 talentos aguardam ser incluídas em fichas de personagens que desejem aquele tempero extra, tornando-os únicos em combate ou explorações. O simples ato de folhear o capítulo de talentos desperta a imaginação para cenários em que “Out of the Pit” (um dos talentos listados) poderia salvar um aventureiro quando tudo parece perdido, ou “Thoughtshaper” poderia transformar um herói num controlador silencioso de vontades e impressões. Não há como negar: esses pequenos itens de customização podem moldar a experiência de quem joga, oferecendo maneiras diferentes de encarar conflitos e de interagir com os habitantes desses planos inéditos.

A lista de criações inspiradoras não para nas subclasses e nos talentos. O Planestrider’s Journal inclui, além de tudo, 12 itens mágicos, cada qual com alguma excentricidade ou poder marcante. Alguns nomes foram divulgados antecipadamente para atiçar a curiosidade: “Glass Slippers” e “Emperor’s Clothes” soam como referências divertidas a contos de fadas, mas, dentro desse universo, possuem propriedades que podem alterar drasticamente a sorte de quem os utiliza. Há ainda o item que dá nome ao livro — “Planestrider’s Journal” — descrito como um objeto capaz de auxiliar no mapeamento de planos e na abertura de passagens inusitadas. Um diário que não só registra, mas efetivamente interfere na realidade. É quase um lampejo de metalinguagem, pois o livro que o jogador segura em mãos se reflete num item igualmente poderoso dentro da ficção.

Para que o deslocamento entre tantos mundos não seja apenas teórico, o suplemento também introduz 8 planefaring ships, naves que atravessam o cosmos interplanar e vão muito além do conceito tradicional de “barco voador”. Há modelos como o “Bootlegger”, o “Fatenaught” e o “Webjammer”, cada um com características de locomoção peculiares — sejam redes de teia extraplanar, motores movidos a energias arcanas raras, ou mesmo tripulações que, por si só, já são um espetáculo bizarro. A ideia de viajar pelo multiverso com uma dessas naves soma um quê de ficção científica ao gênero fantástico. Em um só lançamento, os criadores misturam elementos que poderiam lembrar uma space opera com a tradição mágica consagrada pelos RPGs de fantasia.

Ao lado disso, 13 magias adicionais complementam o arsenal de conjuradores ousados. “Gravitoss”, “Impose Law”, “Transform Head” e muitos outros nomes curiosos surgem para expandir o leque de opções. Imaginar o caos que “Transform Head” pode causar numa taverna qualquer — ou mesmo num confronto sério contra um grande demônio — já rende histórias que serão lembradas nas mesas por anos. Assim, o suplemento reforça a intenção de romper com a mesmice, apresentando magias que podem transformar uma simples sessão de jogo em algo imprevisível.

Mas vamos falar dos monstros. Afinal, o que seria de uma jornada épica sem criaturas imponentes, aterrorizantes ou simplesmente estranhas? O Planestrider’s Journal promete 56 monstros inéditos — ou adaptações complexas de ideias que já habitavam o imaginário coletivo, mas agora recebem roupagens totalmente novas. Dentro dessa lista, uma das grandes novidades são os “planar arachnids”, espécies de aranhas que vivem nos limbos entre planos, nutrindo-se de energias caóticas e aparecendo em pontos de transição dimensional. O susto de deparar-se com uma dessas criaturas no meio de um salto planar deve ser equivalente a encontrar um predador em habitat natural, só que esse “habitat” é o tecido que conecta universos. Além delas, há menções a criaturas que utilizam templates Fiendish, Celestial ou Shadow, atribuindo variações de comportamento e poder a inimigos conhecidos, só que agora submersos num contexto de terror ou grandiosidade celestial.

Para completar o conjunto, o suplemento reserva 11 exploration challenges. É uma forma elegante de dizer: “Espere por eventos climáticos e circunstâncias bizarras que podem virar qualquer aventura de cabeça para baixo.” Pyroclasm, Gravitic Distortion Field, Spontaneous Portal Feedback — cada um desses desafios funciona como um lembrete de que, ao viajar por planos desconhecidos, não se enfrenta apenas monstros, mas também forças naturais (ou sobrenaturais) que agem de forma imprevisível. Seu grupo pode descobrir tarde demais que a maior ameaça não era um dragão adormecido, mas uma anomalia gravitacional que mergulha tudo ao redor em caos completo.

E, claro, o livro não esquece dos mestres que pediram por uma aventura pronta para começar a viajar sem demora. “The Saga of Surrem” aparece como a cereja do bolo. Trata-se de uma campanha para personagens de nível 7, concebida para dar aquele pontapé inicial no deslocamento interplanar. Quem tiver coragem de embarcar nessa história vai se deparar com conspirações que atravessam mundos, criaturas que desafiam a lógica e — por que não? — a chance de moldar realidades inteiras a partir das decisões de um simples grupo de aventureiros. Essa campanha já nasce com a promessa de quebras de expectativa e de exploração profunda daquilo que o Planestrider’s Journal tem a oferecer.

Mas como tudo isso se viabilizou? É justamente aí que entra a história do financiamento internacional por meio do Kickstarter em 2024. A equipe apresentou a proposta de criar um suplemento que, de fato, abrisse portais para outros horizontes. A comunidade reagiu com interesse, curiosidade e, em muitos casos, um desejo genuíno de ver algo inédito florescer. Houve quem desconfiasse do volume de conteúdo prometido, acreditando que tanta diversidade — 30 planos, dezenas de monstros, subclasses a perder de vista — jamais caberia de forma coerente num só livro. Porém, os criadores insistiram, almejando justamente superar limites. Ao final do período de captação, o orçamento foi garantido, as metas estendidas foram cumpridas, e a equipe pôde dedicar o tempo necessário para redigir, ilustrar e revisar cada aspecto do Planestrider’s Journal.

A editoria destaca que, além do livro principal, há planos para expansões e suplementos que aprofundem ainda mais a visão interplanar. Rumores circulam a respeito de coleções adicionais de raças, culturas e até mesmo guias sobre tavernas e portos espalhados por mundos que ainda nem foram citados. Para alguns, pode parecer exagero: “Será que o público realmente pede tanto material?” Para outros, é pura celebração da criatividade: se há infinitos planos, por que não continuar a criar, catalogar e compartilhar?

No cenário global do RPG, lançamentos que vão além do “padrão” costumam gerar burburinhos, mas também um certo receio. Afinal, há quem prefira campanhas fechadas e repletas de referências consagradas, sem se aventurar em experimentos muito radicais. O Planestrider’s Journal contraria essa cautela ao abrir todas as portas possíveis — e parece se fiar na ideia de que há, sim, um público sedento por surpresas. Sejam veteranos que já jogaram de tudo, sejam iniciantes que querem pular direto num oceano de descobertas, todos podem encontrar algo na proposta deste livro.

Enquanto isso, o mercado editorial de RPG observa com curiosidade o efeito desse lançamento. Ele surge em um momento peculiar, em que muitos lançamentos se concentram em revisitar conteúdos clássicos ou apresentar coleções de regras simplificadas. Aqui, o caminho é o oposto: complexidade, vastidão, ares de uma saga interestelar misturada com a nobreza dos reinos feéricos e a crueldade das forças abissais. Em outras palavras, o Planestrider’s Journal está longe de ser um suplemento tímido. Ele chegou com ares de “revolucionar a forma como se joga.” Exagero? Talvez. Mas o público só poderá tirar a prova quando começar a usar as informações de suas páginas para moldar realidades desconhecidas.

A empolgação da comunidade cresceu ainda mais quando foram divulgadas as primeiras imagens das ilustrações internas. Artistas convidados capricharam em retratar as tais aranhas extraplanares, as webships e, claro, as paisagens surreais dos 30 planos. A mistura de cores, formas e a atenção a detalhes evocam a sensação de “cartografia do impossível”, como se cada pintura fosse um mapa mental das esquinas do cosmos. Para muitos mestres, exibir essas artes na hora de narrar as aventuras funciona como o elo que faltava para convencer até os jogadores mais céticos de que vale a pena se perder nesses lugares além do tempo e do espaço.

Há também quem enfatize o caráter metatextual do projeto. O próprio nome — Planestrider’s Journal — sugere que o autor das anotações seria um viajante. Assim, quando o leitor consulta as páginas, é como se estivesse, ele próprio, segurando o caderno de um andarilho que atravessou nuvens repletas de elementais furiosos, desertos prateados com bestas mutantes e aldeias suspensas em correntes que balançam sobre o nada. Essa dimensão narrativa torna a experiência de leitura quase interativa, mesmo antes de se levar o conteúdo para a mesa de jogo.

As reações iniciais, divulgadas em fóruns especializados, indicam que o público tem um misto de reverência e empolgação. Uma parcela considera o Planestrider’s Journal a “compilação definitiva de planos alternativos para 5E.” Outros dizem que o conteúdo é tão abundante que se tornaria o “alicerce de campanhas para anos a fio.” E há quem veja nisso tudo a oportunidade de transcender fronteiras entre sistemas de jogo, adaptando as ideias para quaisquer regras que suportem a noção de saltos dimensionais e mundos inexplorados.

Seja como for, o Planestrider’s Journal desembarcou no circuito internacional com força e, ao que tudo indica, não há volta. A expectativa é que grupos de jogo ao redor do globo comecem a incorporar essas ideias e que, em breve, surjam relatos de viajantes do mundo real que tiveram sessões memoráveis, explorando Ambitio, enfrentando um Pyroclasm ou se esquivando de planar arachnids. Ao final, a essência da notícia é justamente essa: uma obra cujo tempo de gestação foi cercado de curiosidade e paciência agora ganha vida, deixando para trás a mera promessa e assumindo o papel de guia multiversal para a imaginação sem amarras.

No veredito do Artifício RPG, a chegada oficial do Planestrider’s Journal lembra que o RPG continua vivo e se reinventando, contrariando qualquer previsão de que a fantasia estaria saturada. Pelo contrário: cada novo plano ou criatura sugere que sempre é possível pensar em algo inédito, sonhar com cantos do universo que nem sabíamos existir. E se há um público disposto a receber esse tipo de criação, significa que o gênero permanece fértil, pulsante, pronto para ser redescoberto a cada rolagem de dados. Que venham, portanto, as grandes sagas além do véu, as naves tecendo rotas impossíveis e os feiticeiros moldando realidades insanas. A jornada interplanar está apenas começando.

Sobre o Autor

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Paulo "Faren" Lima

Considera RPG terapia, trabalha na Stone Co, viciado em processos, nascido e criado no Tocantins, narra em The Witcher.

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